Reposição de Imunoglobulinas (anticorpos)
Quase 60% das IDPs são defeitos predominantes de anticorpos. Além disso, há comprometimento na
produção de anticorpos em aproximadamente 75%
das IDPs. 20,21
Dessa forma a reposição regular de imunoglobulinas é um dos principais tratamentos para
imunodeficiência e confere a maioria das pessoas uma vida normal. 12,21
A lmunoglobulina é usada para tratar várias IDPs, incluindo a imunodeficiência comum variável,
agamaglobulinemia ligada ao cromossomo X (HIGM), a síndrome de Wiskott-Aldrich e a
imunodeficiência combinada grave (SCID).18
Quanto às imunodeficiências secundárias, o tratamento com imunoglobulina é indicado para
pacientes com hipogamaglobulinemia e/ou infecções recorrentes e/ou
graves. 25
As imunoglobulinas são medicamentos biológicos derivados de plasma humano. Nesse sentido, o
medicamento consiste em um concentrado de anticorpos obtidos pela doação de plasma de pessoas
saudáveis, e possui um excelente histórico de segurança.18
Em geral, o tratamento deve ser administrado regularmente. Existem duas formas de administração
das imunoglobulinas:
18
-Intravenosa (IV): A imunoglobulina é administrada diretamente na corrente sanguínea. Permite a
administração de altas doses quando necessário, com administração a cada 3 ou 4 semanas. No
entanto, infusões IV geralmente precisam ser administradas em hospital ou clínica, por um médico
ou enfermeiro.18
- Subcutânea (SC): A imunoglobulina é administrada sob a pele da barriga, perna ou braço,
utilizando uma agulha e uma bomba de infusão ou até a auto infusão (técnica de ‘push’).
Geralmente são mais rápidas e podem ser administradas em intervalos diários, semanais ou
quinzenais. Podem ser administradas em clinicas
de infusão, ambiente hospitalar ou em casa. No caso de uso domiciliar, pode ser feita pelos
próprios pacientes ou cuidadores após treinamento adequado.18,21
As principais indicações para uso da imunoglobulina subcutânea são: 21,28
-
Acesso venoso difícil (obesos, idosos, crianças etc.)
-
Reações adversas sistêmicas à imunoglobulina intravenosa
-
Dificuldade de acesso às unidades de saúde
-
Risco de anafilaxia por presença de anticorpos anti-IgA
-
Pacientes que não mantenham concentrações séricas adequadas
de IgG com a imunoglobulina intravenosa
-
Pacientes com rotina diária profissional / escolar intensa, que podem
se beneficiar de uma administração mais rápida do que a intravenosa.
Referências: 12. Imunodeficiência: Quando a imunidade falha. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/materias/materia-24538.
Acessada em Julho/2024.
18. Tratamento para as lmunodeficiências Primárias: Um Guia para pacientes e suas
Famílias. Disponível em: https://www.cslbehring.com.br/pacientes/saiba-mais-sobre-sua-doenca/imunodeficiencia-e-doencas-autoimunes/imunodeficiencia-primaria.
Acessado em Março de 2025.
20. Imunodeficiências primárias (ou erros inatos da imunidade) para o não especialista.
Ekaterini Simões Goudouris, Maria Luiza Oliva-Alonso e colaboradores. Comissão de
Imunodeficiências da ABSAI - Regional Rio de Janeiro. Nov/2023.
21. Goudouris ES, Silva AMR, Ouricuri AL, Grumach AS,Condino Neto
A,
Costa-Carvalho BT, Prando CCM,
et al. II Consenso Brasileiro sobre o uso de imunoglobulina humana em pacientes com
imunodeficiências primárias. einstein (São Paulo). 2017;15(1):1-3. 25. Otani IM, Lehman
HK,
Jongco AM, Tsao LR, Azar AE, Tarrant TK, Engel E, Walter JE, Truong TQ, Khan DA,
Ballow M, Cunningham-Rundles C, Lu H, Kwan M, Barmettler S. Practical guidance for the diagnosis
and management of secondary hypogammaglobulinemia: A Work Group Report of the AAAAI Primary
Immunodeficiency and Altered Immune Response
Committees. J Allergy Clin Immunol. 2022 May;149(5):1525-1560. doi: 10.1016/j.jaci.2022.01.025.
Epub 2022 Feb 14. PMID: 35176351. 28. Jolles S, Bernatowska E, de Gracia J, et al.
Efficacy and
safety of Hizentra in patients with primary immunodeficiency after a
dose-equivalentswitch from intravenous or subcutaneous replacement therapy. Clin Immunol.
2011;141:90-102.